9 de setembro de 2013

Desconstrução



Inevitavelmente quando um vaso de barro tem alguma imperfeição, não existe outra forma de corrigi-lá a não ser quebrar o vaso e fazê-lo novamente. Não é a toa que usa-se o exemplo de que somos barro nas mãos do holeiro (Deus) e normalmente pedimos que ele nos manuseie, nos molde no melhor formato que podemos ficar, mas... esse processo é dolorido, uma vez que um vaso remendado tem vícios, e não está aberto a "reformas".

A questão é que diariamente estamos tentando remendar o vaso. Estamos tentando pegá-lo pronto e colocar um pedaço de barro mole para dar uma ajeitada e esperamos secar. No outro dia lascamos uma parte da peça e novamente queremos colar com aquela cola poderosa que num descuido cola até os dedos. E ainda queremos que o vaso fique lindo... e o principal, normalmente nem queremos esperar secar... se for possível acelerar o processo assoprando ficando ali: "fuuu" 

Mas... a verdade (dolorida) é que o vaso precisa ser descontruído para ser refeito. Já ouviram dizer que se colocarmos vinho novo em odre velho, o vinho novo pega gosto e estraga? Pois bem. Com o nosso coração e nossa alma é igual, a casa precisa estar limpa, com aquele cheirinho gostoso para receber pessoas... Remendos não resolvem.

Estamos remendando quando julgamos as pessoas, quando insistirmos em ter uma atitude que sabemos não agregar mas que o gostinho é tão bom que não somos fortes o bastante para evitar (fofoca); Remendamos quando insistimos em agir de forma errada por preguiça de sair da zona de conforto; Remendamos quando nos entregamos ao comodismo e desistimos de ser uma pessoa melhor; Colamos, descolamos, lascamos e continuamos sendo vasos fracos e fúteis.

O desafio é diário, o empenho exigido é grande, mas acredito que vale a pena.

E seu vaso? Anda remendado?






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