29 de novembro de 2013

Plasticidade maternal



Quando estudei, achava a parte neurológica incrível... durante todas as aulas saía dizendo: "Meu Deus, só o Senhor para fazer esta máquina tão perfeita... não dá para acreditar que tudo isso funciona assim!!".

Um dos temas que achava mais intrigante é o da Plasticidade Neural. Consiste da capacidade (incrível) que o cérebro tem de,  na incapacidade de realizar uma sinapse com os neurônios que são determinados para tal atividade, o cérebro procura formas de realizar sinapses com outros neurônios, procurando um novo caminho, uma nova forma.

Em meio a todas alegrias, angústias, inseguranças e período de novidades de ter uma criança com 4 meses, prestes a ir para o berçário para que eu volte a trabalhar... pensei em um momento de "insight" que o cérebro das mães tem um poder de plasticidade fora do comum... eu diria: "de Deus".

Uma mulher com desejos, com sonhos, que costuma pensar de uma forma, ao ver seu filho, automaticamente seu cérebro inicia um funcionamento diferenciado, um modo "novo".

Suas prioridades, seu senso de responsabilidade, pensamento rápido, tomada de decisão, tudo isso passa para um "modo de segurança eterno", você nunca será mais a mesma.

Priva-se de algumas coisas, inclui outras na rotina, precisa o tempo todo balancear onde começa você, onde termina, onde começa seu filho e onde ele se encontra contigo. É um desafio diário, necessita de análises cont ínuas para que esta mãe querida não se anule, não se apague, não pire... e esteja 100% para cuidar de seu mais precioso bem.

Não adianta, por isso que as mães são solidárias com outras mães. No mercado, na rua, no pediatra, na fila de algum lugar, pois somente elas sabem o que passa neste coração que mantém o mesmo tamanho, mas triplicou as sinapses, os pensamentos, mudou seu formato de amar e de se amar tb.

Talvez seja parte do mistério da maternidade. "Estar apenas cuidando do bebê" é um trabalho árduo, cansativo, muito gratificante, mas muitas vezes você fica um trapo. Não sei de onde tiramos forças para termos tantas facetas e não deixar nenhuma DAS petecas caírem. Sem contar o afastamento de sua rotina de vida, parece que você virou um extra-terrestre! 

Tenho certeza que a plasticidade neural divina das mães entra em ação quando nosso corpo não consegue mais, um novo caminho é acionado, você respira fundo e vai em frente, mais uma vez, recomeçando, com força renovada, força extra. 

Todas as mães são vitoriosas,  são seres especiais, divinos, singulares. Tantas faces dentro de um único corpo, tantas emoções dentro de uma única mente, tanto amor dentro de um único coração: simplesmente MÃE!

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